“A Cantora Careca” – peça teatral escrita pelo dramaturgo Eugène Ionesco, em 1950, tem sua concepção estética vinculada ao movimento e gênero denominado teatro do absurdo. O pensamento do teatro do absurdo propõe uma dramaturgia desprovida de sentido, lógica, racionalidade e de comunicação inelegível. Em cena, personagens caracterizados colocam em contradição as convenções sociais por meio de sua linguagem non sense, que se realiza através de diálogos absurdos, os quais tornam a comunicação uma ação sem sentido e desprovida de significados. Em um pequeno apartamento no subúrbio inglês, o casal de classe média alta Sr. e Sra. Smith recebem a visita do casal Sr. e Sra. Martins. Os personagens, representantes do modelo e estrutura social burguesa, estão presos em um ciclo de repetições, trivialidades e do vazio existencial, sendo a releitura e representação do encarceramento da sociedade contemporânea. À medida em que os personagens vivem as situações, tornam-se provocadores e enunciadores das críticas sociais, simultaneamente, suas criticas recaem sobre eles próprios ao apresentar um mundo em desordem, ilusório, que não se comunica. A concepção cênica retoma a realidade social mediante uma comunicação que não se comunica, onde a linguagem não diz, trazendo à tona as contradições da existência humana permeada pelos conflitos e desigualdades sociais. Imersos nesse ambiente em desordem, onde está a Cantora Careca?
DIREÇÃO: Chico De Nez.
ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Dico Paz e Beto Alvarenga.
ATORES: Adriano de Brito, Flávia Dreher, Dico Paz, Karen kremer, Luiz Naas, Margarett Westphal, Sandro Maquel.
SONOPLASTIA: Fabio Marques.
PRODUÇÃO EXECUTIVA, CENÁRIO E ILUMINAÇÃO: Rogaciano Rodrigues.
ARTE GRÁFICA: Antônio Cunha.
INGRESSOS: Sympla.
FIGURINOS: Andre Dalsegio e Eduarda de Souza.
PARCERIA: Renaux view.
AGRADECIMENTO: Farida Dell’ Antonio.
REALIZAÇÃO: Grupo Armação.