Ponte Hercílio Luz: ícone transformado e valorizado como referência histórica e turística

A um ano do centenário, o principal cartão-postal de Florianópolis reafirma seu papel como espaço de convivência.

Muito além de sua função como ligação entre ilha e continente, a Ponte Hercílio Luz se tornou um símbolo de Florianópolis e um marco histórico para o estado. Com o passar das décadas, a ponte, inaugurada em 13 de maio de 1926, deixou de ser apenas uma obra de engenharia. Virou cartão postal e, após um longo período de abandono, foi restaurada, retomou seu lugar central na paisagem urbana e na vida cotidiana da capital. E mais do que isso: no aniversário da Ponte Hercílio Luz, o cartão postal se transformou em um espaço de convivência, cultura e lazer.

A construção de um marco histórico

A Ponte Hercílio Luz, também carinhosamente chamada de a “Velha Senhora”, é considerada um ícone cultural e arquitetônico de Florianópolis e Santa Catarina. Trata-se de uma das maiores travessias pênseis do mundo, sendo hoje a única no seu estilo ainda em uso.

Sua construção começou em 1922, contratada pelo governo estadual junto ao escritório norte-americano Robinson e Steinmann. A obra consumiu mais de cinco mil toneladas de aço e envolveu operários catarinenses e técnicos dos Estados Unidos. A estrutura tem 819,4 metros de comprimento, com um vão central de 339,4 metros sustentado por duas torres metálicas.

Registro do início das obras.

Originalmente batizada de Ponte da Independência, a obra passou a se chamar Hercílio Luz após a morte do governador que a idealizou. A inauguração oficial ocorreu em 13 de maio de 1926, marcando a primeira ligação permanente entre a Ilha de Santa Catarina e o continente. Um avanço decisivo para a mobilidade urbana e para o fortalecimento de Florianópolis como capital estadual.

A reabertura em 2019

Fechada em 1982 por risco de colapso, a ponte ficou quase três décadas interditada. Após anos de obras interrompidas e discussões públicas, foi finalmente reinaugurada em 30 de dezembro de 2019.

A cerimônia de reabertura reuniu cerca de 200 mil pessoas, com apresentações culturais e desfiles. Inicialmente liberada para pedestres e ciclistas, passou a receber ônibus do transporte coletivo em janeiro de 2020 e, posteriormente, veículos de emergência e particulares, permanecendo assim até hoje, de segunda a sexta.

Foto: Arquivo SECOM Gov SC

Espaço de convivência

Desde a reabertura, a ponte voltou a cumprir seu papel como via de circulação, mas também ganhou novo protagonismo como espaço público. Aos fins de semana e feriados, quando o trânsito de veículos é suspenso, a estrutura se transforma em área de lazer. Pedestres, ciclistas, famílias e turistas ocupam a ponte, que se tornou até cenário recorrente para registros e até ensaios fotográficos de casamentos e formaturas, como já captaram as câmeras de monitoramento.

Foto: @MonitoramentoSC

Iluminação cênica

Em 2024, foi concluída a instalação da iluminação cênica em LED, que ampliou o apelo visual e turístico da ponte. O sistema permite diferentes efeitos e variações de cor, destacando sua silhueta à noite e valorizando ainda mais seu papel como monumento urbano.

A iluminação reforça a presença da ponte na paisagem de Florianópolis, contribuindo para sua preservação simbólica e estética, sendo usada também no show da virada e para marcar datas e conquistas relevantes para a cidade como os títulos da Consulado no Carnaval e do Avaí no Campeonato Catarinense de futebol, em 2025.

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Quem foi Hercílio Luz

A ponte homenageia Hercílio Pedro da Luz, uma das figuras mais importantes da história política de Santa Catarina. Nascido em 1860, em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), foi engenheiro, político e duas vezes governador do estado. Além do nome dado à ponte, a cidade presta homenagem também na estátua na cabeceira insular.

Estudou no Brasil e na Bélgica, onde há divergências sobre sua formação: algumas fontes apontam Engenharia de Artes e Manufaturas, outras Ciências Agronômicas. Teve papel ativo na reação republicana de 1893 e, em 1894, tornou-se o primeiro governador catarinense eleito por voto direto.

Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Durante seus mandatos, além de iniciar a construção da ponte que ligaria a capital ao continente, incentivou a imigração europeia, investiu em infraestrutura e. Morreu em 1924, antes da conclusão da obra. Sua contribuição para a modernidade da cidade também lhe rendeu outras suas homenagens: emprestou seu nome ao aeroporto (hoje Aeroporto Internacional Hercílio Luz) e à avenida, uma das mais movimentas vias de ligação no centro da capital.

Com duas esposas (irmãs entre si), Hercílio teve 19 filhos, entre eles Abelardo Luz, que também seguiu carreira política.

 

Aniversário da Ponte Hercílio Luz
Foto: Ricardo Wolffenbuttel / Divulgação Secom GOV SC

Ponte Hercílio Luz na voz de Luiz Henrique Rosa

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