A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) abriu, no dia 1º de julho a exposição “De Quantas Formas Antonieta é Lembrada?”, em celebração aos 124 anos de nascimento de Antonieta de Barros (1901–1952). A mostra estará em cartaz até 17 de julho na Galeria de Arte Ernesto Meyer Filho, no hall do Palácio Barriga Verde, com visitação gratuita das 7h às 19h.
A exposição busca destacar o legado da primeira deputada negra do Brasil e pioneira na política catarinense. Sob curadoria da biógrafa Jeruse Romão, a mostra apresenta documentos pessoais e institucionais, obras de arte de nomes como Zumblick e Carlos Humberto Corrêa, além de produções culturais, acadêmicas e populares que mantêm viva a memória de Antonieta. A cenografia propõe uma experiência imersiva com imagens e sons, inspirada na frase da homenageada: “Não basta existir. É preciso encher a vida do colorido do bem”.
A exposição também reúne acervos simbólicos que evidenciam a presença de Antonieta em diversos contextos urbanos e culturais, como nomes de ruas, escolas, prêmios, documentários, sambas e homenagens formais, incluindo medalhas e publicações sobre sua trajetória.
A iniciativa é voltada ao público em geral, com atenção especial para imprensa, movimentos negros, de mulheres, culturais e educacionais. A proposta é provocar reflexões sobre a influência de Antonieta de Barros e o impacto duradouro de sua atuação no Brasil.
Quem foi Antonieta de Barros
Antonieta de Barros (1901-1952), nascida em Florianópolis, foi uma pioneira na política e na educação brasileira, destacando-se como a primeira mulher e primeira negra eleita deputada estadual no Brasil, em 1934.
Filha de uma ex-escrava, superou as adversidades da origem humilde para se formar professora e fundar, em 1922, o Curso Particular Antonieta de Barros, dedicado à alfabetização da população carente. Jornalista engajada, criou e dirigiu o jornal A Semana, onde defendeu a educação inclusiva, a cultura negra e a emancipação feminina — causas que marcaram sua trajetória política e intelectual.
Seu legado é perpetuado por homenagens como a Medalha Antonieta de Barros, concedida pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina, em locais públicos (como túnel que liga o centro à Via Expressa Sul) e no mural que em maio de 2025 voltou a colorir a parede do Edifício Atlas, na rua Tendente Silveira, no Centro, para ser admirado e registrado.
