Existem lugares em Florianópolis que vão além das belezas naturais e praias paradisíacas — eles guardam histórias ancestrais e uma energia especial. Um desses lugares é o Dólmen da Oração, um sítio arqueológico que encanta visitantes não apenas pela vista deslumbrante, mas também por seu mistério e significado histórico. Localizado no Morro da Galheta, na região Leste da Ilha, o monumento formado por pedras sobrepostas revela traços de antigas civilizações e intrigantes conhecimentos astronômicos. Em alguns casos, a posição das pedras lembram altares.
O Dólmen da Oração não é apenas um ponto turístico, mas também um local de contemplação e reflexão. Muitos visitantes relatam uma sensação de paz e renovação ao chegar ao topo, atribuindo ao lugar uma energia especial. Além disso, as formações rochosas possuem um alinhamento que sugere um antigo observatório astronômico, reforçando a conexão entre a paisagem e os conhecimentos dos povos ancestrais.
O local desperta curiosidade pela disposição das pedras, que parece alinhar-se com eventos celestes, como solstícios e equinócios. Mantido pelo Instituto Multidisciplinar de Meio Ambiente e Arqueoastronomia (IMMA), o espaço vem se consolidando como um destino alternativo para quem busca trilhas e experiências diferentes na Ilha da Magia.
Descoberto em 2002 pelo pesquisador Adnir Ramos, o Dólmen da Oração tem uma atmosfera única, marcada pelo silêncio e pela conexão com a natureza:
Num dia, voltando do mar no amanhecer do solstício de inverno, Adnir observou que o sol estava alinhado a duas pontas das pedras que compõem o conjunto Pedra do Frade. “Naquele instante senti outra janela abrir-se em minha mente a partir do céu: eu estava diante de um Cronômetro do Tempos. Um mês depois, sentado na frente da minha barraca, no sopé do Morro da Galheta, a lua cheia nasceu no meio de duas Pedras grandes no topo do morro. Logo percebi a relação com outros blocos graníticos fora da posição geográfica normal que sempre me chamaram a atenção. Descobri então uma plataforma de observação arqueoastronômica no fundo de nossa casa, onde minha mãe secava café. Logo depois, descobri em meio à vegetação no cimo do morro, uma mesa de pedra que nomeei Dólmen da Oração.”
(Adnir Ramos – Fonte: site Trilha do Dólmen da Oração).
A Trilha
A trilha mais usual até o Dólmen da Oração é a que parte da sede do IMMA, localizada na Rua Laurindo José de Souza, 188, na Fortaleza da Barra da Lagoa. Considerada de nível moderado e extensão de aproximadamente 1.700 metros (ida e volta), o percurso é bem sinalizado e oferece infraestrutura adequada, incluindo escadas e corrimãos, o que facilita o acesso para a maioria dos visitantes. Durante a caminhada, é possível apreciar a rica vegetação da Mata Atlântica e avistar espécies típicas da fauna local.
Para quem utiliza transporte público, é possível sair do terminal TILAG e pegar o ônibus 360 – Barra da Lagoa. A taxa de manutenção do local é de R$ 15 por pessoa, destinada à preservação da trilha e das estruturas.
Outros dois caminhos até o Dólmen começam na Galheta e no Farol da Barra.
-
Pela Praia da Galheta: A partir da Praia da Galheta, há uma placa indicando o início da trilha. Após uma subida inicial, há uma bifurcação; seguindo à direita, você chegará ao Dólmen. Este caminho oferece vistas panorâmicas das praias Mole e Galheta, além da Barra da Lagoa.
-
Pela Trilha da Boa Vista: Este é o percurso mais longo e desafiador. A trilha começa próximo ao Farol da Barra da Lagoa e segue costeando o canal da Barra, passando por uma comunidade ribeirinha antes de chegar ao Dólmen.
Dicas para Visitantes
- Preparação: Utilize calçados confortáveis e adequados para trilha. Não se esqueça de levar água, repelente e protetor solar.
- Melhor Época: A trilha está aberta durante todo o ano, mas é recomendada a visitação em dias de clima estável para melhor aproveitamento.
- Acessibilidade: Embora a trilha possua infraestrutura que facilita o acesso, é importante avaliar as condições físicas individuais antes de iniciar o percurso.
Galeria de fotos do Dólmen da Oração
Crédito fotos destaque e galeria: Simoni da Rosa / @destinos.revelados
