A história da Catedral Metropolitana de Florianópolis remonta ao século XVII, quando a então Vila de Nossa Senhora do Desterro ainda era um pequeno povoado à beira-mar. Fundada pelo bandeirante Francisco Dias Velho, a vila teve como centro o Largo da Matriz, onde foi construída a primeira igreja da ilha, em honra à padroeira, Nossa Senhora do Desterro. A pequena capela, feita de pedra e cal, foi erguida em 1673.
A Paróquia foi criada em 5 de março de 1712 e, no mesmo ato, o povoado foi elevado à condição de freguesia. Em 25 de setembro de 1747, o então governador da Capitania de Santa Catarina, brigadeiro e engenheiro militar José da Silva Paes, escreveu ao rei de Portugal pedindo autorização para a construção de uma nova igreja matriz. As obras começaram em 1753 e foram concluídas em 1773. Em 1908, com a criação da Diocese de Florianópolis, o templo foi elevado à categoria de catedral.

Arquitetura e arte sacra
Com elementos que combinam estilos barroco, rococó e neoclássico, a Catedral destaca-se pela imponência de sua fachada e de suas duas torres sineiras. A estrutura foi profundamente transformada em 1922, durante o centenário da Independência do Brasil, quando a nave foi ampliada, as torres reformadas e alpendres neoclássicos foram incorporados à fachada. Dentro do alpendre central, ainda se preserva a portada de cantaria da construção original do século XVIII.
A Catedral abriga um notável acervo de arte sacra. Um dos destaques é a escultura “Fuga para o Egito”, representando a Sagrada Família. A peça, entalhada em madeira em tamanho natural, foi instalada em 1902 e é atribuída ao artista tirolês Ferdinand Demetz, embora essa informação precise de confirmação documental.
Outro destaque é o órgão de tubos alemão, da marca Speith Orgelbau, inaugurado em 1924. Ele é utilizado em cerimônias especiais e apresentações do tradicional Coral Santa Cecília. Os vitrais coloridos, produzidos em São Paulo, foram instalados em 1949 e contribuem para a beleza e iluminação natural do interior da igreja.

A catedral ainda conserva um objeto simbólico de grande valor: a cátedra episcopal, cadeira reservada ao arcebispo. Segundo relatos locais, ela teria sido doada por Dom Jacinto Vera, primeiro bispo de Montevidéu, que nasceu em 1813 em um navio próximo à Ilha de Santa Catarina e foi batizado na antiga capela do Desterro. Embora tradicionalmente difundida, essa história carece de comprovação documental em fontes uruguaias.
Reformas e preservação
Ao longo dos séculos, a Catedral passou por várias intervenções. A reforma de 1922 foi a mais impactante em termos arquitetônicos, modernizando a fachada e ampliando a capacidade do templo. Mais recentemente, entre 2005 e 2009, foi realizada uma restauração aprofundada que revelou detalhes originais antes ocultos por camadas de intervenções anteriores, valorizando ainda mais o patrimônio histórico do edifício.

Localização e visitação
A Catedral está situada no coração de Florianópolis, de frente para a Praça XV de Novembro, ponto central da cidade. É um importante centro religioso e cultural, sendo também referência turística.
- Endereço: Rua Padre Miguelinho, 55 – Centro, Florianópolis – SC
- Missas:
- Segunda a sexta-feira: 12h15 e 18h15
- Sábados: 18h15
- Domingos: 07h30, 09h30, 18h e 19h30
- Visitação geral:
- Segunda a sexta: 9h às 19h30
- Sábado: 9h às 12h e 17h às 19h30
- Domingo: 7h às 11h e 17h às 21h
- Feriados: 17h às 19h30
- Contato: (48) 3224-3357 | secretaria@catedralflorianopolis.org.br
- Site oficial: www.catedralflorianopolis.org.br
A entrada é gratuita, e visitas guiadas podem ser agendadas para grupos escolares, religiosos ou turistas interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre este monumento que representa não apenas a fé, mas também a história e a identidade de Florianópolis.
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