Em cerimônia realizada no dia 3 de dezembro, na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, foi anunciado o início oficial do projeto Restauração das Fortificações Catarinenses #EuValorizoAsFortalezas, marco na gestão do patrimônio histórico sob responsabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A iniciativa prevê a requalificação de monumentos históricos, melhorias estruturais e a criação de novas atrações turísticas, com investimento total de R$ 67 milhões.
O anúncio foi feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante o evento de lançamento do programa Avanços do Patrimônio em Santa Catarina. Nesta primeira fase, serão destinados R$ 17 milhões para obras de restauração na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, em parceria com a UFSC, que administra o local desde 1979.
A principal intervenção será no Quartel da Tropa, o maior edifício da fortaleza, que passará por restauração estrutural e atualização das redes de infraestrutura hidráulica e elétrica. Estão previstas ainda ações de arqueologia, a construção de sanitários modernos e melhorias na acessibilidade.
Os recursos serão repassados à UFSC por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED), viabilizado pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. O projeto é coordenado pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina (CFISC), da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte da UFSC (SeCArtE), e foi idealizado ainda em 2021, durante a pandemia.
A proposta foi inicialmente submetida ao edital “Resgatando a História”, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio técnico da Fundação de Amparo à Pesquisa e à Extensão Universitária (Fapeu). O BNDES aprovou um aporte de R$ 32,5 milhões em 2022. Outros R$ 17,5 milhões já haviam sido investidos anteriormente por meio de ações do Iphan, PAC e do Fundo de Direitos Difusos, totalizando os R$ 67 milhões agora consolidados.
Mais que restauração: cultura, inovação e sustentabilidade
O projeto vai além da recuperação estrutural dos monumentos. Em um prazo estimado de três anos, serão implementadas 25 ações complementares, incluindo apresentações culturais, novos espaços expositivos e a criação de alternativas sustentáveis para o turismo, como um ônibus e uma embarcação movidos a energia solar, para transporte até as Ilhas de Anhatomirim e Ratones Grande.
As fortalezas também serão adaptadas para receber eventos e atividades comerciais, com a instalação de auditórios e recursos de acessibilidade. A proposta é transformar esses patrimônios históricos em polos de cultura, turismo e educação, valorizando sua importância para a identidade catarinense e nacional.

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