O que fazer em Floripa: um roteiro pelas praias do Sul da Ilha

Explore um roteiro com praias quase selvagens, vilas históricas e trilhas e paisagens incríveis para viver o melhor do ecoturismo e da cultura local.

O sul da Ilha oferece uma experiência menos óbvia e mais genuína tanto para moradores quanto para turistas em Florianópolis. Ali estão enseadas tranquilas, vilarejos que preservam o ritmo de vida local e trilhas com paisagens de tirar o fôlego, perfeitas para quem busca aventura, contemplação e conexão com a natureza e a cultura açoriana.

Neste roteiro de fim de semana, você vai explorar algumas das praias mais encantadoras da Ilha de Santa Catarina, desfrutando de mar, trilhas, gastronomia típica e pontos turísticos para guardar na memória. A seguir, confira um itinerário completo de sábado e domingo para vivenciar o melhor do sul da Ilha, com direito a banhos de mar revigorantes (águas mais geladas na comparação com as praias do Norte da Ilha), caminhadas em praias intocadas, almoço à base de frutos do mar fresquinhos e aquele clima de vila de pescadores que faz o tempo passar devagar.

Sábado: praias quase selvagens, tradição pesqueira e pôr do sol açoriano

Manhã: Praia do Campeche – mar azul, areia branca e energia jovem

Comece o sábado cedo na Praia do Campeche, uma das mais famosas do sul da Ilha. Por volta das 8h da manhã, o sol já ilumina o extenso areal de 3,5 km de comprimento, revelando um mar incrivelmente azul e limpíssimo. O Campeche combina natureza exuberante, ondas perfeitas para o surfe, boa infraestrutura e um ritmo que mescla tranquilidade e energia jovem. Ou seja, agrada tanto a quem busca sossego quanto a quem curte esportes aquáticos.

Logo cedo, a praia está mais vazia e a brisa é fresca, ideal para uma caminhada descalço na areia branca e fofa, sentindo a espuma das ondas nos pés. Além de um mergulho revigorante (respeitando as áreas sinalizadas por salva-vidas, já que o mar aberto tem correntezas em alguns pontos), aproveite para contemplar a vista da Ilha do Campeche logo em frente, ponto paradisíaco de Floripa, coberto de Mata Atlântica, pode ser visitado de barco em passeios agendados na alta temporada.

Praia do Campeche com vista para a Ilha do Campeche. Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Tarde: Praia da Armação e Matadeiro – paisagens rústicas e contato com a natureza

Após curtir a manhã no Campeche, siga poucos quilômetros ao sul até a Praia da Armação, um antigo vilarejo de pescadores que serve de “portal” para algumas das paisagens mais preservadas de Floripa. A Armação possui pouca extensão de areia, mas dá para curtir a praia próxima da área dos pescadores. A comunidade mantém um clima tranquilo de vila do interior com infraestrutura básica de pousadas, mercadinhos e restaurantes de frutos do mar.

No canto direito da Armação, onde desemboca um riacho e inicia uma península rochosa conhecida como da Ponta da Campanha, a vista é belíssima: além do horizonte infinito, de um lado você contempla toda a Praia da Armação, do outro já avista aquela que pode ser sua próxima parada, a Praia do Matadeiro. Este é um ótimo local para tirar fotos e sentir a brisa do mar.

Pela hora do almoço, aproveite para provar a culinária local em algum dos restaurantes de comida caseira da Armação. A pedida clássica é um peixe grelhado ou a famosa sequência de camarão, servidos em restaurantes familiares com vista para os barquinhos coloridos na baía. Esse momento também é uma oportunidade de vivenciar a cultura açoriana: a Armação tem forte tradição pesqueira (no passado ali funcionou uma das armações baleeiras da ilha) e até hoje você verá redes secando ao sol e talvez pescadores retornando com tainhas dependendo da época do ano.

feriadão em floripa
Ponta das Campanhas. Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Depois do almoço, prepare-se para conhecer a Praia do Matadeiro, acessível apenas a pé, atravessando o pequeno Rio Sangradouro pela ponte de pedestres ou pela água quando a maré está baixa. Em poucos minutos de caminhada por uma trilha plana, você chega ao Matadeiro, um refúgio natural rústico, cercado por morros cobertos de Mata Atlântica e mar verde-esmeralda. Com cerca de 800 metros de extensão apenas, esta praia impressiona pela beleza intocada e pelo silêncio, quebrado apenas pelo som das ondas e dos pássaros nas encostas.

No Matadeiro, passe a tarde curtindo o que o lugar oferece de melhor: um banho de mar em contato direto com a natureza, surfe nas ondas longas (a praia é point dos surfistas locais) e caminhadas relaxantes pela faixa de areia grossa. Há alguns bares simples e rústicos próximos à vila de pescadores no canto da praia, onde você pode comprar uma bebida gelada ou um petisco (lembre-se de levar dinheiro em espécie, já que o sinal de cartão pode falhar e não há muitos estabelecimentos). Sente-se em uma mesa sob a sombra, ou simplesmente na areia mesmo, e aprecie a vista das montanhas verdinhas encontrando o oceano.

praia do matadeiro
Praia do Matadeiro. Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Fim de tarde e noite: Ribeirão da Ilha – pôr do sol, ostras frescas e charme açoriano

No final da tarde, pegue a estrada rumo ao lado oeste do sul da Ilha, em direção ao Ribeirão da Ilha. Após um deslocamento de aproximadamente 30 minutos de carro desde a Armação, você chegará a uma das comunidades mais antigas e charmosas de Florianópolis, lugar perfeito para fechar o sábado com chave de ouro.

Por volta das 17h, o Ribeirão já exibe seu céu dourado refletido nas águas calmas da Baía Sul, preparando o cenário para um pôr do sol inesquecível. Estacione o carro na rua principal e caminhe pelas ruas de pedra entre as casinhas coloniais coloridas: você vai se sentir em uma pequena vila portuguesa do século XVIII. O Ribeirão foi fundado por açorianos há mais de 250 anos e preserva com orgulho suas tradições culturais e arquitetônicas, parecendo um museu vivo à beira-mar.

arquitetura histórica de Florianópolis
Casario no Ribeirão da Ilha. Foto: Daniel Vianna / Divulgação MTur

Escolha um dos restaurantes à beira da baía – muitos funcionam em antigos casarios históricos – e acomode-se de frente para o mar. Às 18h o sol começa a se pôr atrás das montanhas do continente, pintando o horizonte de tons alaranjados e rosados que se espelham no mar tranquilo. Enquanto contempla o crepúsculo, aproveite para jantar.

O Ribeirão da Ilha é renomado pela gastronomia, especialmente pelos cultivo de ostras. Prove sem falta as ostras frescas – seja cruas ao natural, gratinadas com queijo ou ao bafo. Além das ostras, experimente sequência de camarão ou peixe grelhado ao molho de camarões. Muitos restaurantes oferecem essas delícias em ambientes rústicos e aconchegantes, com decks sobre a água e vista panorâmica para o mar.

Após o jantar, caminhe pela praça em frente à Igreja Nossa Senhora da Lapa. Mesmo sem eventos, o Ribeirão à noite tem uma atmosfera tranquila e acolhedora, ideal para terminar o dia respirando a brisa do mar e contemplando as estrelas refletidas na água calma da baía.

igrejas históricas
Igreja de Nossa Senhora da Lapa. Foto: Caio Vilela / Divulgação MTur

Domingo: trilha aventureira, sabor à beira-mar e sossego para fechar o roteiro

Manhã: Trilha para a Lagoinha do Leste – aventura até uma praia intocada

No domingo, é hora de viver mais uma experiência inesquecível em Floripa: a visita à Praia da Lagoinha do Leste, considerada uma das mais belas e isoladas do sul da Ilha e de toda a cidade. Comece cedo. O acesso mais recomendado neste roteiro é pelo Pântano do Sul. Estacione próximo ao início da trilha ou vá de ônibus local até o ponto final.

A trilha tem cerca de 2,3 km (aprox. 1h), morro acima e abaixo pela Mata Atlântica. É o caminho mais curto, porém íngreme. Leve tênis firme, água, lanche leve e repelente, pois não há infraestrutura no trajeto nem na praia. A natureza ao redor é exuberante.

praias mais tranquilas de Floripa
Lagoinha do Leste. Foto: DepositPhotos

A região da Lagoinha do Leste mantém um dos últimos redutos de Mata Atlântica primária de Floripa, preservado pelo isolamento. Ao descer a trilha na parte final, abre-se diante de você a visão da praia em toda sua glória selvagem com sua enseada em formato de meia-lua, com areia clara, morros altos e mar forte.

A praia não possui casas, estradas ou energia elétrica. Um pequeno riacho forma a lagoa na extremidade da areia.
Caminhe pela praia, explore a lagoa e relaxe no silêncio absoluto da natureza. A área faz parte de um parque municipal, por isso é comum avistar pássaros e encontrar rastros de animais silvestres na restinga. Para os aventureiros, há uma trilha opcional no canto direito para subir o Morro da Coroa, com vista panorâmica impressionante. É íngreme e exige cuidado.

Mas temos uma dica extra: se trilha não é a sua, você pode optar pelo transporte de barco que sai do Pântano do Sul rumo à Lagoinha.

Meio-dia/tarde: Pântano do Sul – almoço de frutos do mar e descanso à moda manezinha

De volta ao Pântano do Sul depois da trilha, descanse e almoce. Essa comunidade de pescadores combina tranquilidade, cultura açoriana e gastronomia excelente. É referência em frutos do mar. Há boas opções de restaurantes clássicos como Arantes, Bar do Vadinho e Pedacinho do Céu que servem a autêntica culinária manezinha.

CULINÁRIA AÇORIANA
Bar do Arantes. Foto: Reprodução Redes Sociais

A praia tem mar geralmente calmo, ideal para um mergulho tranquilo ou para crianças. Caminhe mar adentro na maré baixa: a profundidade demora a aumentar, criando praticamente uma piscina natural. O ambiente é acolhedor e preserva o clima de vila. Quem quiser explorar mais pode caminhar pela orla até a Praia dos Açores, na mesma faixa de areia. Seguindo mais adiante, após o costão, chega-se à Praia da Solidão, pequena, cercada por morros e com clima de refúgio. Uma trilha curta leva até uma cachoeira com piscina natural, outra opção para quem curte ecoturismo.

praias do sul da ilha
Pântano do Sul. Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Fim de tarde: Despedida em clima de paz na Praia da Solidão

A Praia da Solidão é o lugar ideal para terminar o roteiro pelas praias do sul da Ilha. Uma enseada de cerca de 800 metros, com poucas casas e atmosfera tranquila. No fim da tarde, a luz dourada ilumina os morros e reflete no mar calmo. Sente-se na areia, aprecie o silêncio e caminhe pela praia. Uma passarela atravessa o riacho e leva ao início da trilha para o Saquinho, uma micro-praia ainda mais isolada, acessível em 20 minutos de caminhada. A Solidão permanece tranquila mesmo na alta temporada. É um local perfeito para refletir sobre o fim de semana, respirar a brisa fresca e observar as últimas cores do dia.

Gurita e Solidão cachoeiras floripa
Cachoeira da Solidão. Foto: Allan Carvalho / Divulgação PMF

Locais Citados

Praia dos Açores
Praia do Matadeiro
Praia do Campeche
Praia da Armação
Pântano do Sul
Ribeirão da Ilha
Praia do Saquinho
Praia da Solidão
Praia Lagoinha do Leste

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