Florianópolis começa a entrar no clima do Revezamento Volta à Ilha, uma das provas mais tradicionais e desafiadoras do calendário brasileiro de corridas, que acontece no próximo dia 26 de abril. Em sua 28ª edição, o evento deve reunir mais de 5 mil corredores para um desafio singular: percorrer 140 quilômetros ao redor da Ilha, em uma jornada que atravessa trilhas de Mata Atlântica, dunas, montanhas, 20 praias e até trechos em banana boat. A largada e a chegada serão no icônico Trapiche da Beira-Mar Norte, ponto turístico e cartão-postal da cidade.
Organizada pela Eco Running, a prova de revezamento por equipes reúne competidores de todas as regiões do país, de norte a sul, em 12 categorias oficiais, além das modalidades de participação que agora comportam até 15 integrantes por equipe. Entre as novidades de 2025 estão o retorno da categoria Quarteto e a criação da categoria Veterana 70, destinada a atletas com 70 anos ou mais. A edição deste ano promete ser o maior dos últimos anos, com recorde de inscritos e um impacto econômico estimado em mais de R$ 30 milhões para os municípios da Grande Florianópolis.
A primeira edição do Revezamento Volta à Ilha foi realizada em 1996, com a proposta inovadora de fazer com que equipes de corredores completassem um percurso ao redor de toda a Ilha de Santa Catarina. Ao longo dos anos, a prova se adaptou ao crescimento da cidade e às transformações no universo das corridas, mas sem abrir mão de sua essência: uma experiência vibrante, desafiadora, estratégica e colaborativa.
Mais do que competir, as equipes precisam se planejar, coordenar e, acima de tudo, colaborar, estimulando o espírito de união e superação coletiva. “A Volta à Ilha é muito mais que uma corrida. É uma celebração do espírito de equipe, da superação e da beleza de Florianópolis. A cada ano, inovamos para manter essa experiência única e democrática para os corredores”, afirma Carlos Duarte, idealizador do evento.
Um percurso desafiador e deslumbrante
O percurso do Revezamento Volta à Ilha é um dos grandes atrativos da prova e o que a torna única no cenário das corridas de longa distância no Brasil — e até na América Latina. São 140 quilômetros de desafios e paisagens estonteantes, distribuídos em 19 trechos com distâncias entre 4 km e 16 km, cada um com suas próprias características de terreno e grau de dificuldade.
A largada acontece no Trapiche da Beira-Mar Norte, no centro de Florianópolis, e dali os atletas seguem em revezamento por uma rota que contorna toda a ilha, passando por:
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Trilhas fechadas de mata atlântica, que exigem atenção e técnica;
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Estradas de terra e areia, que testam a resistência muscular;
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Trechos de montanha, com subidas e descidas acentuadas;
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Dunas e praias, onde a corrida fica ainda mais exigente pelo solo instável;
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Um trecho de banana boat, onde os atletas atravessam um braço de mar em botes infláveis, adicionando um elemento náutico e inusitado à experiência.
O cenário é um espetáculo à parte. Ao longo do trajeto, os corredores passam por 20 praias — algumas famosas, como Campeche, Joaquina e Canasvieiras, e outras mais isoladas, que surpreendem com sua beleza intocada. Há também passagens por bairros históricos, mirantes e áreas de preservação ambiental.
Esse mosaico natural e urbano exige não apenas preparo físico, mas também uma logística bem coordenada entre os membros da equipe. O revezamento acontece em pontos estratégicos definidos pela organização, e é comum ver vans circulando a ilha com atletas trocando de roupas, aquecendo e se preparando para seus trechos.
Crédito de fotos: Foco Radical / Divulgação Eco Running