Pirão, o coadjuvante indispensável na gastronomia de Floripa

Escolher o tipo ideal de pirão é uma experiência que envolve não apenas paladar, mas também contexto cultural e harmonização.

Na cena gastronômica de Florianópolis, onde tainhas e anchovas assadas, ostras frescas e camarões se destacam como protagonistas, há um acompanhamento que, embora discreto, é absolutamente indispensável: o pirão. Este prato de textura cremosa, feito com farinha de mandioca e caldo quente, é mais que um simples complemento — é parte fundamental da identidade alimentar da Ilha.

Floripa, conhecida por sua culinária baseada nos sabores do mar e nas tradições herdadas dos povos indígenas e colonos açorianos, oferece uma diversidade de preparos do pirão que refletem essa fusão cultural. Seja o pirão simples, o elaborado com caldo de peixe ou o escaldado, cada variação carrega uma história e um modo de preparo que dizem muito sobre a ilha e seus habitantes.

Segundo nosso Guia prático para fazer seu pedido nos restaurantes típicos de Floripa, escolher o tipo ideal de pirão é uma experiência que envolve não apenas paladar, mas também contexto cultural e harmonização com o prato principal. Um bom pedido leva em conta o tipo de proteína servida e o tipo de caldo disponível — e conhecer essas variações ajuda o visitante a explorar com mais profundidade os sabores locais.

Confira a seguir os principais tipos de pirão que fazem parte da mesa manezinha.

Pirão de Nylon

Também conhecido como pirão d’água, o pirão de nylon é feito com farinha de mandioca e água fervente. Tradicionalmente servido com Linguiça Blumenau ou carnes vermelhas, pode levar sal, pimenta e temperos verdes para realçar o sabor.

É um dos acompanhamentos mais populares não só em Florianópolis, mas também em outras regiões de Santa Catarina, como Tijucas e Brusque, onde a iguaria é celebrada em festas locais. De preparo simples, o pirão de nylon é valorizado justamente por sua versatilidade e sabor direto.

Pirão de Caldo

Clássico da culinária ilhéu, o pirão de caldo de peixe remete à origem açoriano-indígena da cidade. Ele é preparado a partir do caldo obtido ao cozinhar as sobras da tainha — cabeça, espinha e pele — com temperos como cebola, alho, cenoura, colorau e cheiro-verde. Após o caldo ser coado, a farinha de mandioca é adicionada lentamente até atingir o ponto ideal.

Tradicionalmente servido com peixe frito ou assado, este pirão é um dos símbolos da gastronomia de mar da ilha, presente em quase todos os restaurantes especializados em frutos do mar.

Pirão Escaldado

O pirão escaldado é uma versão mais elaborada, geralmente feita com peixes de fundo de pedra, como garoupa, sargo ou parú. O caldo, rico em temperos como tomate, pimentão, alfavaca e colorau, é a base para escaldar o peixe, que depois é desfiado e misturado à farinha de mandioca em um prato fundo. Por fim, o caldo quente é derramado por cima, criando uma mistura cremosa e intensa em sabor.

Esse tipo de pirão valoriza tanto o caldo quanto a carne do peixe e costuma ser servido com o peixe separado, em uma apresentação que equilibra rusticidade e sofisticação.

Na próxima visita a um restaurante típico de Florianópolis, considere o pirão não como simples coadjuvante, mas como um elo entre passado e presente — um prato humilde, mas essencial, que carrega o verdadeiro gosto da ilha.

pirão
Foto: Arquivo Pessoal

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